Paulinho Guitarra – Romantic Lovers

Paulinho Guitarra
Publicado em: Folha da Estância

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Em 1991 ouvi o disco “Paulinho Guitarra” (Niterói Discos), sendo uma agradável surpresa constatar o talento daquele jovem promissor que demonstrava reunir todos os requisitos para afirmar-se como um dos maiores guitarristas do país. O tempo só fez confirmar minha previsão. Além do seu talento como instrumentista, também indicava ser um compositor de futuro. Suas composições refletiam seu bom gosto, sua personalidade, criatividade e inata percepção do material musical temático como arranjador de mão cheia. Paulinho tocou com a Banda Black Rio, Tim Maia, Cassiano, Cazuza e outros, que contribuíram para pavimentar seu caminho na música. “The Very, Very Cool Band”, seu segundo CD, e “Trans Space”, o terceiro, guindaram-no à posição de destaque que alcançou com destaque.

Paulinho Guitarra – Romantic Lovers“ROMANTIC LOVERS”, lançado pelo selo VERY COOL MUSIC, de Paulinho, aumenta consideravelmente a perspectiva de um novo triunfo sob todos os aspectos. Nele Paulinho documentou um notável revival da época do rock-pop-jazz dos anos 60 em suas composições com elementos que afirma “contêm fragmentos e lembranças desde o início da sua carreira, referências e citações dos Beatles, Ventures, Rolling Stones, John Coltrane, Steely Dan, Miles Davis, Jimmy Hendrix, Ed Motta e a Surf Music dos anos 60″, ou seja, um panorama efervescente de um período em que as novidades na música surgiam a cada dia. A instrumentação selecionada por Paulinho para esta aventura musical inclui Guitarra slides, baixo, guitarra midi para emular sons de vibrafone, baixo com fuzz, órgão e piano elétrico com contribuições do assistente Augusto Feres (bateria).

Nas notas do encarte o jornalista e crítico musical Antonio Carlos Miguel afirma apropriadamente que “ROMANTIC LOVERS soa como um filme de uma viagem pelo universo sonoro”. As 12 músicas do repertório são composições e arranjos de Paulinho, exceto “Ela é alucicrazy”, uma parceria dele com  Augusto Feres.  

A música-título é uma melodia exposta com contrapontos de guitarra e vibrafone. “Bed Company” é interpretada com solo de vibrafone. “Blues for Yal”, levada no clima do grupo Cream, homenageia o convidado Otavio Rocha, guitarrista do Blues Etílico que está presente na gravação.

O título “Alô Doçura”, nome de um famoso programa de TV dos anos 60, é um rock no clima dos grupos Crosby, Stills E Nash/ Rolling Stones, com solo do guitarrista dos Ventures! “Os sintônicos” revive os sons do clássico “Bitches Brew”, de Miles Davis. “Baby Doll”, um blues com contraponto entre guitarra e vibrafone, considerado por Paulinho “um tema de amor”.

“Tum De Tum De…” é a segunda parte do samba “Sambatuta”, de Paulinho. “One for Chicchi”, dedicado a uma jovem guitarrista japonesa, fã dos The Ventures, assim como Paulinho. O medley “Boa Noite Cinderela/Acorda Amorzinho”, encerra o CD “reconstituindo musicalmente uma aventura mal sucedida numa noite confusa”.

Paulinho Guitarra declara no encarte que “este é um disco com poucos e curtos solos, um disco instrumental não virtuosístico, bem simples e com músicas fáceis de cantar e curtas durações. Não é um disco apenas para os músicos curtirem, mas (e mais) para todos. Minha intenção é mostrar mais as idéias do que a própria realização delas. É um disco, como diz o título, feito em homenagem à minha amada mulher.

José Domingos Raffaelli

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